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sexta-feira, 25 de junho de 2021

Entrevista ao Presidente Fernando Trinta

Em entrevista concedida ao site oficial do clube, o presidente fez o balanço dos dois mandatos à frente do Futebol Clube de Fontelas


Que análise faz da sua passagem pela presidência do clube?

A passagem pelo FC Fontelas foi uma experiência bastante positiva e enriquecedora. Foram quatro anos de dedicação extrema a um clube que estava a definhar, a quem dei o melhor de mim, colocando, muitas vezes, os seus interesses acima da minha própria vida pessoal e familiar. "Nem tudo foram rosas", mas considero que o saldo é bastante positivo.

Quais as principais dificuldades sentidas ao longo dos dois mandatos?

Para conseguirmos que os nossos pares olhassem para nós de igual para igual foi quase uma tarefa titânica. Sempre tivemos consciência de que o Futebol Clube de Fontelas não tinha os meios nem os argumentos de outros, no entanto, procurámos sempre esbater essas diferenças com as poucas armas que tínhamos.

Uma das metas propostas pela Direção era o FCFontelas ser uma referência na prática e formação desportiva do concelho de Peso da Régua, tendo em quantidade e qualidade boa oferta para os jovens atletas. Considera que conseguiu cumprir essa meta e o que alterou na parte desportiva para esta meta ser cumprida?

Sim, esse era um dos nossos grandes objetivos e acho que o atingimos. Nestes 4 anos, sempre tivemos equipas de formação a competir nos campeonatos distritais.

A formação foi uma aposta ganha, mas com muitos sacrifícios da nossa parte, pois sabíamos que concorrer com o SC da Régua e o Caça e Pesca, não seria fácil. Além de sermos um clube da periferia, os reguenses não reconheciam ao FC Fontelas o estatuto de escola formadora. Procuramos mudar essa ideia pré-concebida, contratando treinadores com provas dadas na Formação e, enquanto defensores da ideia de que devíamos proporcionar aos jovens das aldeias do Concelho as mesmas oportunidades dos que vivem na cidade, colocámos em marcha um plano de captação e angariação de atletas nas nossas freguesias. E foi desta forma que conseguimos, na época 19/20, constituir 2 equipas: juniores e iniciados. Isso deu trabalho e despesa, pois foi necessário assegurar transporte para esses atletas e ir levá-los às suas localidades no final dos treinos e dos jogos. Contámos para isso com a ajuda dos nossos colaboradores (Natália e Eduardo Queirós) e do Diretor Técnico da Formação - mister Ismael Mota. Sem o auxílio destas pessoas não teria sido possível esse êxito.

Foi por considerarmos que estávamos a fazer um trabalho exemplar que decidimos candidatar-nos à certificação por parte da Federação Portuguesa de Futebol para sermos reconhecidos como Escola Formadora, feito alcançado e conseguido já na presente época e que prevalecerá para a próxima. As bases estão lançadas e o trabalho maior feito. Agora, é só dar continuidade àquilo que de bom conseguimos fazer.

Neste mandato foi notória a evolução da imagem do clube para o exterior, o clube investiu na formação, nas redes sociais com loja online e criou o site oficial do clube. Na sua visão esta mudança proporcionou a aproximação do clube às gentes da terra? Captou a atenção e interesse de novos sócios e atletas?

É natural e normal que, quando as pessoas veem obra feita, o interesse delas pelo clube aumenta. Tudo isso que refere, aliado ao facto de os resultados da equipa sénior melhorarem substancialmente, ano após ano, contribuiu, de facto, para aproximação das pessoas ao clube, comparecendo em maior número aos jogos e traduzindo-se esse interesse num aumento significativo do número de sócios. Esta época, devido à sua natureza atípica por causa do Covid, foi uma exceção.

Em relação aos atletas, é importante referir que o Fontelas já não é visto como um "clubezeco", sem objetivos, sem ambição, que não cumpre e honra os seus compromissos. E prova disso é o facto de termos tido nos nossos planteis jogadores muito conceituados na Associação de Futebol de Vila Real e cobiçados pelos clubes adversários. É bom lembrar, por exemplo, que o Barroso escolheu o FCF para terminar a sua enorme carreira.

Infelizmente os projetos desportivos deste último ano ficaram condicionados pela pandemia. Como foi gerido o sentimento de incapacidade perante a situação?

Nós, à semelhança de toda a sociedade civil, tivemos de nos adaptar a esta nova situação e realidade, impostas pela pandemia. Foi uma época atípica que pôs em causa alguns dos objetivos que tínhamos traçado, tanto para os seniores como para as equipas de formação. Tivemos de aprender a viver e conviver com toda esta situação, pondo em prática todas as regras impostas pelas autoridades de saúde. Graças a Deus, não tivemos nenhum atleta infetado nem qualquer surto de Covid no clube.

Pode deixar-nos um momento que irá ficar para sempre na sua memória?

Não houve nenhum momento específico que me tivesse marcado e que possa dizer "este marcou-me e nunca vou esquecer"! Houve, isso sim, pequenas conquistas que me deixaram muito orgulhoso e refiro apenas duas: uma foi o facto de termos formado uma equipa de iniciados (época 19/20) que se apurou para a fase de apuramento de campeão e que, se não fosse interrompida por causa da pandemia, se teria sagrado campeã distrital; a outra foi a conquista da certificação e reconhecimento, por parte da FPF, do FC Fontelas como CBFF - Centro Básico de Formação de Futebol.

Para além dessas "conquistas", que outras "marcas" deixa no FCF?

Uma das nossas primeiras preocupações, quando assumimos a Direção do Fontelas, foi procurar criar melhores condições para todos: atletas, órgãos sociais e sócios/público. Tínhamos um campo, uma sede, instalações em bom estado de conservação, mas pouco mais. Era necessário dotar as instalações de equipamentos e materiais condignos, cobrir as bancadas, melhorar a iluminação do campo, instalar um bar no estádio, entre outros. Tudo isso foi feito, mas, também, porque, e em abono da verdade temos de o dizer, tivemos no presidente da câmara municipal, professor José Gonçalves, alguém com sensibilidade suficiente para ver essas necessidades e atender os nossos pedidos.

Uma outra obra que merece destaque foi a criação da sala de troféus, que é agora um espaço lindo e digno da história do FCF. Um agradecimento especial aos senhores Morais e Claudino, membros da Direção, que foram os responsáveis por este trabalho.

E, já agora, deixe-me também referir que candidatámos o Clube à “Bandeira da Ética” consistindo na certificação e promoção dos valores éticos no desporto. A implementação e operacionalização da Bandeira da Ética compete ao Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. (IPDJ, I.P.), através do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), mediante a criação de uma marca de qualidade das iniciativas desportivas, a qual deve ser potenciada pelas entidades certificadas dentro e fora da sua organização. Submetemos igualmente a candidatura da Iniciativa: #ÉTICAFCFontelas - “DESPORTO SINÓNIMO DE VALORES ÉTICOS” que consistiu em propagar os vários princípios éticos pelos quais a nossa atividade desportiva se deve reger, tendo para o efeito, e não esquecendo os condicionalismos impostos por este “novo normal”, sido produzidos vários cartazes digitais para serem publicitados, um por dia, e durante 11 dias, tanto quantos os nossos jogadores em campo, disputando o nosso melhor resultado mas não esquecendo o respeito pelo adversário. Cada um desses cartazes tenta, de forma clara, fazer passar um principio ético ao universo desportivo e social onde nos inserimos. O meio de propagação utilizado é o digital, nomeadamente a publicação da iniciativa nas páginas web do clube e, diariamente, nas diferentes redes sociais de nossa responsabilidade. O resultado desta dupla candidatura irá ser publicado durante o próximo mês de agosto.

Estando o duplo mandato praticamente no fim, o Prof. Fernando Trinta fica com o sentimento de dever cumprido?

Sim, sem dúvida alguma! Dei o melhor de mim a este projeto, como disse há pouco. Entreguei-me de corpo e alma a este clube histórico e tudo fiz para que o seu nome fosse respeitado em todo o lado.

Onde acha que o clube poderá chegar nos próximos anos?

Considero que estão reunidas as condições para o FC Fontelas crescer, por isso, o céu é o limite e, se é possível sonhar, porque não acreditar que na passagem do seu 100.º aniversário o Fontelas ganha o distrital e sobe ao Campeonato Nacional.

Por último, podia deixar uma mensagem aos sócios e simpatizantes?

Acreditem na nova direção e apoiem incondicionalmente o FC Fontelas!

O FCFontelas agradece ao Presidente o seu empenho e deseja-lhe as maiores felicidades e os maiores sucessos, tanto ao nível pessoal como familiar e profissional.

Obrigado e bem-haja!

"Um dia Fontelas, para sempre fontelense!" & "96 é 96!"
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25 de Junho de 2021
por Monteiro deQueiroz, Colaborador do FCFontelas

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